“El Gato de La Habana”, um documentário sobre o emblemático piano-bar Gato Tuerto, foi exibido pela segunda vez nesta sexta-feira em Havana, depois do extenso recorrido internacional.
O terceiro navio da Fábrica de Arte Cubana relançou o documentário atraído pelo extenso trabalho de investigação realizado pelo jornalista e documentarista brasileiro Dacio Malta, que participou desta apresentação especial e trocou impressões sobre seu trabalho com o público.
Com um valor histórico incalculável, o filme consegue em apenas 87 minutos entrevistar artistas como Omara Portuondo, Frank Fernandes, Chucho Valdés, Pablo Milanés, José Luis Cortés, Juana Bacallao e o brasileiro Caetano Veloso, entre outros músicos e escritores que, nos primeiros anos da década de 1960, começaram a frequentar o Gato.
Sem grandes pretensões cinematográficas, o documentário aprofunda o contexto da Havana noturna, e abre as portas para memórias de uma era em que este piano-bar era o epicentro do movimento cultural da capital.
– Visitei Cuba inúmeras vezes e sempre me chamou a atenção o fato de não haver livros ou filmes que contassem a história desse cabaret. Esse foi o que motivou minha pesquisa – disse Dacio Malta com exclusividade para a ACN.
– Penso que meu documentário é uma contribuição para a cultura cubana; um passo para resgatar o felling no contexto artístico atual; e uma homenagem aos intelectuais e músicos que, juntamente com seu fundador Felito Ayon, criaram um lugar incrível para os boleros e as chamadas descargas em Havana – disse ele.
“El Gato de La Habana” constitui um material de referência para aqueles que desejam estudar a história cultural da Ilha nos primeiros anos pós-revolucionários.
Depois da estréia no Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana, o documentário volta à capital cubana – depois de participar de vários festivais nos Estados Unidos, Europa e América Latina.